Olá, leitores!
Como alguns já sabem, tivemos uma série de entrevistas com nossos parceiros. Apresentamos um pouquinho deles para vocês. Espero que tenham gostado, mas hoje, infelizmente, chegamos à nossa última entrevista! Vamos conhecer a nossa última parceira entrevistada?
A entrevistada de hoje é Raquel Machado. Ela é formada em Ciência da Computação, e participa do mundo das artes desde criança, sendo a literatura uma de suas maiores paixões. Em meio à blogosfera literária e com histórias sendo escritas em rascunhos, decidiu tirar do baú suas ideias e compartilhar com o mundo. A autora reside na cidade de Caxias do Sul/RS. Mora com os pais, quatro cachorros e uma estante cheia de livros. É autora do livro "Vingança Mortal".
Vamos conhecê-la um pouquinho melhor?
Olá, autora! Seja bem vinda à nossa série de entrevistas. A primeira pergunta é clássica: o que te inspirou a escrever o seu primeiro livro? Qual foi ele? E o que te fez querer seguir como escritora?
Olá, agradeço o convite e fico muito feliz em compartilhar um pouco mais das minhas ideias por aqui. Então, minha paixão pela escrita veio do berço, escrevo desde que me conheço por gente, a primeira história que eu tenho guardada eu tinha 10 anos quando escrevi e é toda colorida com lápis de cor. Em 2014, quando acabei a faculdade vi uma oportunidade de lançar algum livro meu pela Amazon, pois eles estavam com um incentivo muito legal para autores iniciantes, então decidi que estava na hora de dividir minhas histórias com o mundo. Escolhi o livro Vingança Mortal, porque já havia entregado ele para várias pessoas lerem e elas gostaram da história. Como a história surgiu é difícil lembrar, porque eu a escrevi em 2001, faz muito tempo, o que lembro é que na época era apaixonada pelas histórias do Sidney Sheldon, acredito que ele tenha me inspirado a escrever meu próprio suspense.
O seu livro fala de amigos e de como as coisas mudam durante a nossa vida com relação às nossas amizades (além de um crime cometido, mas espero que na vida de nenhum de nós isso aconteça hahahaha). O que você diria para os amigos que hoje estão preocupados com o futuro e com a perda de pessoas que consideram tão importantes?
As pessoas crescem e amadurecem com o tempo, isso é óbvio, todos seguimos nossas vidas atrás de nossos objetivos e acabamos perdendo contato com algumas pessoas com o tempo. Porém, acredito que quando a amizade realmente é verdadeira ela perdura por anos, eu mesmo tenho amigos com quem falo frequentemente desde os 12 anos. Sobre a perda de pessoas importantes é um tema delicado, pois cada um tem suas crenças. Eu acredito que estamos aqui, porque temos algumas coisas a cumprir e encontramos e vivemos com as pessoas que vão nos ajudar nessa tarefa. Para mim o desapego é um dos sentimentos mais difíceis de se lidar, pois é difícil nos despedirmos de alguém. Porém, gosto de pensar que essa pessoa já cumpriu seu papel e está seguindo para um novo caminho de evolução, e que se tivermos sorte também vamos seguir por ele em algum momento e quem sabe até nos reencontrarmos.
A sua personagem principal se chama Brenda e é minha chará. Eu preciso te perguntar: por que a escolha do nome tão bonito? Hahaha
Nossa essa pergunta é difícil. Como falei escrevi o livro faz muitos anos. Sempre achei esse nome muito lindo, inclusive já pensei em colocar nos meus filhos, provavelmente foi por isso.
Você é formada em ‘Ciência da computação’. A sua área profissional te deu algum elemento que foi importante na criação de sua história e de seus personagens? Se sim, qual? Se não, houve algum outro tipo de influência da sua profissão para que decidisse escrever o seu livro?
Quando escrevi esse livro eu estava no ensino médio, eu nem sabia o que iria fazer da vida. Então para essa história minha área não ajudou, não. Minha influência veio do tempo de escola e das amizades, porque nessa época estamos bastante envolvidos com isso. Considero o que faço como meu ganha-pão e escrever é meu hobby, então elas não tem um relacionamento direto uma com a outra.
Quais os maiores desafios que tem enfrentado na carreira de escritora?
Acredito que atualmente o maior desafio do escritor é ser reconhecido no mercado. Hoje temos muitos livros que estão sendo lançados e a quantidade de informações que chega as pessoas é enorme. O problema é você se destacar no meio de tantos, com certeza isso leva tempo, é um trabalho de formiguinha que requer muita paciência e dedicação.
Você também administra um blog. Conte um pouco para os nossos leitores sobre a sua rotina de postagens, sobre o que gostar de falar e sobre um pouco do seu cantinho.
Então administro o blog Leitura Kriativa desde 2008. Criei o blog, pois queria muito dividir minhas opiniões sobre os livros que leio. Antes de criá-lo costumava visitar outros blogs literários que me ajudaram a aumentar minhas opções de leitura e decidi que também queria fazer isso para ajudar outras pessoas. Eu tento seguir uma agenda de postagens de pelo menos 3 vezes por semana, onde coloco resenhas do que leio, e isso inclui livros de todos os gêneros inclusive nacionais, e também opiniões sobre filmes que assisto, pois sou uma cinéfola de carteirinha. Então, para quem deseja saber mais sobre livros e filmes convido a dar um pulinho por lá, quem sabe você encontra algo que lhe interesse.
Já ouviu algo de alguém durante sua carreira que te marcou muito? Se sim, de que forma isso te influenciou?
Sim. Tem alguns momentos e frases que marcam a gente. O primeiro deles que eu lembro foi uma conversa que tive com uma professora de teatro minha, isso fazem alguns anos já. Lembro que tinha escrito uma esquete para apresentar e conversamos sobre minha paixão pela escrita, e ela disse que eu tinha um dom especial e que eu seria aquele tipo de pessoa que escreveria até o fim dos meus dias, não importando se isso seria publicado ou se seria somente para mim, parece que ela tinha razão. Um segundo momento que me marcou bastante foi a conversa com que tive com outra colega escritora, quando estava para lançar meu livro e estava com medo da reação das pessoas e se meu livro era suficientemente bom, lembro que ela me disse o seguinte, você tem duas escolhas: guardar seus escritos com você e eles vão morrer junto contigo no seu caixão ou dividir eles com o mundo e quem sabe ajudar outras pessoas, isso realmente me marcou muito e com certeza foi um empurrão que precisava para ir para frente.
Muitos dizem que o jovem brasileiro não gosta de ler. Você acha que esse perfil tem mudado? Por quê?
Olha acredito que sempre vai ter as pessoas com mais afinidade para leitura e pessoas com menos afinidade. Acredito sim que isso tem mudado um pouco, uma das coisas que percebo que tem auxiliado nisso é as escolas estarem abrindo espaço para a nova literatura. Uma vez éramos obrigados a ler somente os grandes clássicos como Machado de Assis, e para uma pessoa que não tem costume de ler, livros assim podem ser bem maçantes. Com a abertura das escolas para essa nova literatura, acredito que o jovem tem prestado mais atenção, pois a linguagem é mais fácil de entender e as histórias estão mais próximas de sua realidade.
Há algum novo projeto em desenvolvimento?
Sim. Estou finalizando um novo livro chamado Histórias do Povo, que é uma coletânea de contos todos relacionados ao dia-a-dia das pessoas, onde o próprio leitor poderá escolher o final que gostaria para história, como em um livro de RPG. Nesse livro vamos ter questões como: Será que caso ou compro uma bicicleta? Será que ligo ou não no dia seguinte? Será que continuo na dieta ou me acabo nos doces? Além disso, todas essas histórias se passam na cidade do povo, e os personagens dos contos estarão relacionados entre si.
Para os jovens autores, que conselhos daria?
Persistência e Paixão. Primeiro, paixão pelas letras é necessário gostar daquilo que você escreve, você é seu primeiro leitor se a história não te entusiasmar é muito difícil que isso aconteça com outra pessoa, escreva porque gosta e isso já vai te dar um retorno positivo. E segundo persistência, decida que retorno você deseja ter com sua história(você deseja ganhar dinheiro com ela? você deseja que 1000 pessoas leiam?) e corra atrás dele, esse realmente é um caminho complicado, pois o retorno dele demora, mas com certeza é muito prazeroso, não existe nada melhor do que ver um leitor feliz, isso eu posso garantir.