Resenha - Todo dia

Título: Todo dia.
Autor(a): David Levithan.
Número de páginas: 279.
Editora: Galera Record.

Sinopse: O protagonista "A" acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Por: Brenda Sousa.

"É isso que o amor faz: que você queira reescrever o mundo. Que você queira escolher os personagens, construir o cenário, dirigir o roteiro. A pessoa que você ama senta de frente para você, e você quer fazer tudo que estiver ao alcance para tornar isso possível, infinitamente possível. E quando são apenas vocês dois a sós numa sala, você pode fingir que é assim que as coisas são, que é assim que serão." 

Todo dia, David Levithan.

Nunca tinha lido um livro de Levithan e de cara me apaixonei! Me apaixonei pela sua escrita, pelas coisas que ele diz, pela forma como ele diz e pela história deste livro em si. Desde o princípio senti a emoção de ler cada capítulo sabendo que não conheço o novo personagem que "A" está incorporando naquele dia, a emoção de vê-lo descobrir a que distância está de Rhiannon e como se aproximar dela, a emoção de ver o esforço dos dois por um amor tão singelo.

A história tem vários trechos que me deixaram extasiada, pois David Levithan trata de diversos assuntos polêmicos no decorrer do livro, porém de uma forma muito sutil, a ponto de que aqueles que fingem não ver esses problemas podem simplesmente ler sem entender as referências. Por este tipo de coisa foi que, durante a minha leitura, foram inúmeras marcações feitas no livro com post it (de trechos e mais trechos que são, aos poucos, postados no nosso instagram <3).

A leitura é incrivelmente confortável. A diagramação feita pela editora para a publicação deste livro foi muito boa e garante um conforto muito bom para que possamos acompanhar a história da forma mais agradável possível! É uma delícia ver a história dos dois acontecer, entender diversos problemas que temos nas nossas próprias vidas, pensar no que poderíamos fazer para resolvê-los e tantas outas questões...

E o final do livro (sem spoilers, claro) foi algo que eu não esperava que fosse acontecer. Me cortou o coração ver a decisão dos dois diante de tentativas tão conturbadas de ficarem juntos e de tantas situações desagradáveis. Mas ainda assim achei que o livro foi extremamente bonito! A parte mais angustiante é ver que nem sempre "A" acorda num corpo de alguém bem resolvido. Às vezes ele acorda em corpos que fazem ele perceber que precisa agir na vida daquela pessoa de forma a ajudá-la, por mais incorreto que isso seja. E isso não nos faz pensar em como somos influentes nos problemas e nas formas de ajudar os outros? Fica uma das inúmeras reflexões sugeridas por Levithan. 

    Uma curiosidade sobre o surgimento da história deste livro é que David Levithan entrou em contato com John Green, Suzanne Collins e Billy Merrell quando escreveu o primeiro capítulo e pediu a opinião deles. Com o aval de gente tão boa no assunto, o livro só pode mesmo ser conquistador do coração de muitos leitores pelo mundo, não? Fica a indicação para a leitura! ;)

PS. Acabo de descobrir que haverá uma continuação, chamada "Another day", em inglês e que com fé nos bons tradutores, se chamará "Outro dia", na versão em português! Aguardemos!