Por: Brenda Sousa.
"Apesar de passar a maior parte da sua liberdade em um só lugar, a biblioteca, quando o dia estava claro e ensolarado ela também gostava de sair; um dia, cerca de uma semana depois, eu a vi pela janela da sala de contenção, onde estava supervisionando a tortura de outra pobre criatura."
A menina que não sabia ler 2 - John Harding
O livro se passa numa ilha onde são abrigada mulheres consideradas loucas, numa espécie de sanatório. Florence, a garotinha do primeiro livro, encontra-se nesta ilha, presa também neste sanatório, porém o livro não dá nenhuma certeza se ela realmente é ou não louca como as outras. O misterioso médico John Shepherd chega na ilha, no inicio de sua carreira de psiquiatra buscando seu primeiro emprego. De primeira, dá de cara com o dono do "sanatório" que possui ideias muito alternativas de tratamento para as mulheres abrigadas ali. Uma das razões pelas quais John Sheperd conseguirá permanecer na ilha é o fato de defender com unhas e dentes outra teoria de tratamento (o "tratamento moral"), a qual o dono da casa diz que não funcionará, por experiência própria. Nesta pequena disputa, é sugerido que o médico escolha uma das mulheres e aplique o tratamento como uma espécie de teste. Aí é que Florence se torna a grande chave da história.
Desde a chegada do médico a garotinha ficou intrigada com sua presença e, toda vez que o rapaz chegava na sala em que ela estava com as outras mulheres, Florence lhe observava do canto, séria e discreta, porém não despercebida pela médico. Diante do desafio, John Sheperd escolhe Florence para aplicar o "tratamento moral". É aí que se inicia uma parceria aparentemente inofensiva, porém extremamente perigosa, na qual os leitores vão aos poucos descobrindo quem é quem na história.
É um livro de leitura tranquila, bem simples, que fala bastante de literatura e livros, uma vez que a pequena Florence adora ler (apesar de fingir que não o sabe fazer). De início, é possível que o leitor comece a construir continuações para o primeiro livro na cabeça a partir do que vai sendo citado, porém conforme a história se passa, percebe-se que o autor em momento algum nos consta alguma verdade absoluta, em momento algum confirma ou nega qualquer suspeita que possa surgir na mente dos leitores, o que só faz com que a história como um todo se torne mais interessante. Assim, parece que a história se apresenta de forma diferente para cada leitor que mergulhe no livro. Para quem leu o primeiro, indico a leitura do segundo, pois, apesar de não ser uma continuação, dá um conforto maior ao coração dos curiosos, assim como eu.