Título: A linguagem das flores
Autora: Vanessa
Diffenbaugh
Número de páginas: 294
Editora: Arqueiro
“- Você acha mesmo que é o único ser humano que tem defeitos
imperdoáveis? Que foi magoado a ponto de entrar em colapso?”
A linguagem das flores, Vanessa Diffenbaugh
Victoria Jones foi abandonada por
sua família ainda quando muito pequena. Desde então, passou por diversos lares
adotivos, sempre sendo devolvida a abrigos por seu comportamento inadequado,
seja propositalmente ou mesmo sem que soubesse o que havia feito. Meredith, sua
tutora na busca por uma nova família, passou anos de sua vida se dedicando a
conseguir que Victoria se encaixasse bem em um lar e tivesse um bom futuro. Ao
encontrar Elizabeth, Meredith achou que talvez pudesse dar certo, e o mesmo
pensamento se concretizou para Victoria.
O prazo para a oficialização da
adoção era de 1 ano. Os primeiros meses foram difíceis. Victoria, que estava
acostumada a ser abandonada, acreditava que não havia o que pudesse fazer para
evitar isto, então manteve seu comportamento inadequado, sem se abrir, sem
aceitar as investidas carinhosas de Elizabeth. Porém, ao descobrir que sua nova
mãe trabalhava com flores de uma forma diferente, as coisas começaram a mudar,
ainda que bem devagar. Elizabeth lhe ensinou a linguagem das flores, muito
utilizada na era vitoriana por amantes e casais apaixonados. Cada flor tem um
significado, algumas até mais que um. E foi a partir desse singelo contato que
Victoria começou a se permitir um contato mais próximo com Elizabeth.
No entanto, como já era esperado
para a sua vida, no momento da adoção, algo acontece e impede que Elizabeth
oficialize tudo. Victoria, mais uma vez, voltaria para a tutela do estado.
Agora com 11 anos, sabia que se tornava cada vez mais difícil que fosse
adotada. Acreditava que ninguém era capaz de amá-la, assim como ela não seria
capaz de nutrir amor por qualquer outro ser humano. Chegou aos 18 anos, foi
colocada para fora do abrigo e obrigada a se virar sozinha no mundo cruel o
qual nunca conheceu muito bem. Traços do seu passado inesquecível a
perseguiriam para sempre, e mal sabia ela que a linguagem das flores seria a
salvação para que tivesse um futuro melhor.
Dentre todos os livros que tenho
lido recentemente, este foi o que teve a história mais diferente. Dei 4 estrelas porque, apesar de tratar do tema do abandono e adoção de forma diferente, não
há nada de tão extraordinário na história. Porém, finalizei esta leitura
completamente encantada pela delicadeza da história, pelos detalhes muito bem
trabalhados, pela intensidade com a qual a linguagem das flores me atingiu.
Fiquei emocionada com o caminhar da história, com as lutas e vitórias de
Victoria Jones, com os desafios e todo o seu sofrimento. A linguagem das flores,
que é verdadeira e de fato era usada na época vitoriana, é magnífica e encheu
meus olhos de mais amor por esses pequenos presentes que a natureza nos dá
diariamente.
Se Eu indico essa leitura
exatamente por isso. A forma como toca o leitor bem no fundo do peito, com delicadeza
e suavidade. Não é nada extraordinário, de fato, porém é uma leitura gostosa,
que nos permite refletir sobre diversos assuntos, e nos encanta conforme
descobrimos novos detalhes relacionados à linguagem das flores. No final do
livro a autora deixou um dicionário da linguagem das flores, explicando o
significado de cada uma, de acordo com o que é trazido pela personagem durante
todo o livro. Achei esse mais um ponto positivo. Senti que tenho, além de uma
bonita história de superação, um dicionário de flores para o meu próprio uso. E
já tenho várias ideias com ela. No final das contas, foi uma leitura que mudou
minha forma de enxergar algumas coisas. Fica a dica!