Título: Aonde quer que eu vá
Autor(a): Beatriz Cortes
Número de páginas: 318
Editora: Novo Século
Por: Brenda Sousa
"- É inacreditável como as coisas acontecem quando a
gente menos espera."
Aonde quer que eu vá, Beatriz Cortes
Ester tem 20 anos de idade e é uma atleta de
ginástica olímpica apaixonadíssima pelo esporte. No momento, está se preparando
para realizar seu grande sonho: competir nas olímpiadas de Sydney em 2000. Os
treinos estão intensos, várias horas por dia, sem tempo nem para respirar ou se
alimentar direito e ainda tendo que ouvir gritos e ofensas de Alexandra, sua
treinadora. Mas ela compreende, é
pressão por todos os lados e nem ela nem suas amigas, Gabi e Isabela, podem
decepcionar um país inteiro.
A reviravolta começa a acontecer quando Gabi sofre
um acidente grave no meio do treino e está fora da competição. A escolhida para
substitui-la é Ester, que agora compete na trave e no solo, no lugar da amiga.
Ainda mais pressão, ainda mais ansiedade, ainda mais medo. Tudo isso aliado ao
fato de seus pais não poderem mais acompanha-la na viagem, deixando-a ir
sozinha, com a Confederação Brasileira de Ginástica para o outro lado do mundo,
na Austrália.
Ester vai com Isabela e a mãe, juntamente com toda a
equipe. Ela está completamente focada e nervosa pela grande competição, mas
certa noite Isabela consegue convencê-la a ir a uma festa que ocorreria na vila
olímpica, apenas para atletas. Um baile de máscaras. Ester se recusa, com medo
de Alexandra descobrir e acabar com elas, já que tinham treino na manhã
seguinte, às 9h. No fim das contas, Ester acaba sendo convencida pela amiga.
Elas compram suas máscaras e na tão esperada noite dão um jeito de chegar ao
salão.
Ester se surpreende com a magnitude da beleza do
local e com a diversidade de pessoas de todo canto do mundo. Isabela logo
arranja um companheiro para dançar, deixando a amiga sozinha numa mesa. Nesse
momento, Ester cruza os olhares com um rapaz no outro canto do salão. Seu
coração acelera e nem ela nem ele entendem bem o que está acontecendo. Ele se
aproxima dela, derrubando um garçom no meio do caminho, e eles começam a
conversar e se conhecer. Se afastam um pouco da confusão e vão para um local mais
isolado. Acabam dançando juntos a primeira música brasileira tocada na noite: “Aonde
quer que eu vá”, Paralamas do Sucesso. Fica tarde e Ester tenta voltar para o
quarto, porém acaba precisando fugir de Alexandra e se esconde no quarto de
Bruno, onde acaba passando a noite, apenas dormindo, sem mais acontecimentos. Na
manhã seguinte, Ester vai para o seu quarto antes de Bruno acordar. Aquela
seria a última vez que eles se veriam antes do fim das olímpiadas. Um
acontecimento incrível, que não se repetiria tão cedo.
Ester faz sua parte nas competições. Perde na trave
na semifinal e é classificada para a final no solo. Os treinos se intensificam
e a pressão de sua treinadora ainda mais. Isabela também é eliminada e, de
repente, Ester é a única esperança da equipe de ginástica para levar uma
medalha de ouro ao Brasil. Ester ama o que faz, mas começa a se sentir cada vez
mais mal, física e emocionalmente. A final chega, tudo se torna um borrão na
sua mente com certos acontecimentos, e Ester para novamente no Brasil. Bruno já
estava de volta, e a saudade era intensa demais para ambos. Mas será que, com
tudo que aconteceu nas olímpiadas, eles vão conseguir se reencontrar algum dia,
por mais que morem no mesmo estado? Será que Ester algum dia vai realizar seu
grande sonho de trazer a medalha olímpica ao Brasil?
"E o que é lindamente engraçado é que existem milhares de histórias de amor espalhadas por aí. E a verdade é que sempre existe espaço para mais uma."
Aonde quer que eu vá, Beatriz Cortes
Gente! Esse livro me surpreendeu de uma forma
positiva. Quando tento explicar do que se trata, logo nos parágrafos acima, eu
tento e sei que não sou totalmente capaz de lhes fazer entender que o mais
mágico do livro não é exatamente o romance de Ester e Bruno, mas sim a relação
que a ginástica tem com tudo isso. De fato, o romance deles, a histórias dos outros
personagens, e cada acontecimento desesperador na história são de nos fazer
devorar e entender o que realmente será o desfecho da história, e foi o que eu
fiz, sai da página 150 para a 318 em apenas uma tarde, porque eu PRECISAVA.
Um aviso: tenha um estoque de lágrimas preparado e
um pacote de lencinhos de papel por perto. Eu não falo apenas em choro por
tragédias ou algo do tipo, mas por momentos incrivelmente emocionantes
descritos pela autora, desde os lindos cenários, até as palavras maravilhosas
de vários dos personagens em diferentes momentos da história, com relação ao
amor, amizade, família e esporte.
Eu gostei muito do livro como um todo, porque ele
trouxa uma realidade por trás dos eventos esportivos mundiais, que são uma
paixão particular minha, e soube muito bem balancear isso com um romance e
acontecimentos reais, sem deixar que se tornasse extremamente meloso ou enjoado
demais. Cada ponto foi distribuído na medida certa e eu fiquei MUITO surpresa
com algumas coisas que aconteceram. E mais pro final do livro, uma descrição da
cerimônia de abertura da Olimpíada de 2016 (que ainda vem aí) me fez chorar mais
uma vez de tão linda que foi.
"Algumas coisas marcam nossa vida para sempre, e, mesmo que a gente queira muito que elas voltem ao normal, não funciona dessa forma."
Aonde quer que eu vá, Beatriz Cortes
Beatriz Cortes tem uma forma muito singela e fluida
de fazer os acontecimentos passarem na nossa cabeça. As palavras passam e a
história parece mas real a cada capítulo. Fico grata de ter sido apresentada
aos personagens e suas histórias e eu, sinceramente, adoraria ver o futuro da
vida de Ester. Enfim, fica a dica, leitores! Mais uma autora nacional com
ótimas e emocionantes palavras para nós chega por aí!